Introdução: O Fermento dos Pensamentos Disfuncionais
Todos nós temos pensamentos sem sentido, em muitas ocasiões. Afinal, vivemos em uma sociedade que tende a mostrar os fatos da forma mais catastrófica e sensacionalista possível, como, por exemplo, nas notícias, nas fake news, etc. As pessoas tendem, naturalmente, a acreditar no que veem e ouvem na mídia, mas também a achar que algo ruim que aconteceu com um amigo poderá acontecer de forma pior consigo mesmas.
Em minha prática profissional tenho ensinado meus pacientes a separarem fatos de informações sensacionalistas, que são, na verdade, o fermento dos pensamentos disfuncionais.
Aqui entra o princípio fundamental da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), baseada no trabalho de Aaron T. Beck: não são os eventos em si que nos perturbam, mas sim a forma como você os interpreta. Na TCC, entendemos que pensamentos, sentimentos e emoções estão ligados em uma reação em cadeia poderosa.
Neste post, vamos mergulhar nos Pensamentos Automáticos, aquelas ideias rápidas que surgem sem esforço. Quando esses pensamentos contêm falhas de lógica, eles se transformam em Distorções Cognitivas – os "erros de interpretação" que sabotam seu humor e suas ações.
Principais Distorções Cognitivas (Pensamentos Disfuncionais)
A seguir, apresentamos uma categorização das principais distorções, com foco na clareza e nos mecanismos de erro:
1. Erros de Lógica e Evidência
Inferência Arbitrária ou Leitura Mental: A conclusão é tirada sem evidências (ou com evidências contrárias), especialmente sobre o que os outros pensam ou sentem.
Exemplo: "Ele não me cumprimentou, deve estar zangado comigo."
Adivinhação do Futuro (Profecia): A previsão rígida de que algo negativo certamente acontecerá, sem base factual.
Exemplo: "Se eu aceitar esse emprego, vou odiá-lo e acabar sendo demitido em um mês."
Desconsideração dos Elementos Positivos (Filtro Negativo): A desvalorização ou rejeição sistemática de fatos, qualidades ou experiências positivas, mantendo a atenção focada exclusivamente no negativo.
Exemplo: Receber um relatório de desempenho excelente, mas focar e se preocupar apenas com a única sugestão de melhoria.
Abstração Seletiva (Foco no Detalhe): Focar em um único detalhe negativo da situação, ignorando o contexto, o restante dos fatos e a complexidade do todo.
Exemplo: Um empresário foca em um único erro de logística de um projeto de sucesso, negligenciando todos os acertos e o lucro final.
2. Categorização Rígida e Extrema
Pensamento Dicotômico ou Polarização ("Tudo ou Nada"): Ver a si mesmo, os outros ou as situações em apenas dois extremos opostos (preto ou branco, perfeito ou terrível, sucesso total ou fracasso completo), sem reconhecer as nuances.
Exemplo: "Se o meu prêmio de pintura não for o primeiro lugar, então sou um artista inútil."
Rotulação: Reduzir a complexidade de uma pessoa ou situação a um único traço negativo, usando rótulos fixos e globais baseados em eventos isolados.
Exemplo: Em vez de "Cometi um erro na conta", pensar: "Eu sou um completo burro."
Hipergeneralização ou Supergeneralização: Enxergar um único evento negativo como um padrão de derrota que se repetirá sem fim, aplicando o resultado de um caso isolado a todas as situações futuras.
Exemplo: "Não consegui falar em público nesta reunião, nunca mais conseguirei me expressar em qualquer ambiente profissional."
3. Ampliação e Interpretação Subjetiva
Magnificação e Minimização ("Telescópio"): Ampliar (magnificar) a importância de erros, falhas ou riscos, enquanto se reduz (minimizar) a importância de acertos, sucessos ou qualidades.
Exemplo: Exagerar a gravidade de um pequeno deslize em uma tarefa e minimizar o sucesso de ter completado um projeto complexo.
Catastrofização: Imaginar e focar na pior consequência possível de um evento, mesmo que altamente improvável ou desproporcional.
Exemplo: "Se meu chefe não gostar da minha ideia, serei humilhado publicamente e provavelmente demitido amanhã."
Raciocínio Emocional ou Emocionalização: Assumir que um sentimento ou emoção é uma prova incontestável da realidade e dos fatos.
Exemplo: "Sinto-me um impostor no trabalho, logo, sou mesmo uma fraude e não mereço este cargo."
4. Responsabilidade e Regras Rígidas
Personalização: A crença de ser o centro das ações alheias e a tendência a se sentir excessivamente responsável por eventos externos que estão além do controle pessoal.
Exemplo: "O mau humor dela hoje deve ser minha culpa; eu deveria ter perguntado se ela estava bem."
Imperativo ou Declaração de Obrigatoriedade ("Deveria" / "Tenho que"): Interpretar os fatos e eventos em termos de regras rígidas e inflexíveis sobre como você ou os outros deveriam se comportar.
Quando direcionadas a si, geram culpa: "Eu tenho que ser sempre impecável em tudo que faço." Quando direcionadas aos outros, geram raiva/frustração: "Eles deveriam saber como me sinto sem que eu precise dizer."
Psicóloga SP Maristela Vallim Botari - CRP/SP 06-121677.
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A psicoterapia Terapia Cognitivo Comportamental pode trazer diversos benefícios para a vida de uma pessoa.
Dentro dessas vantagens, encontra-se a oportunidade de encontrar soluções para:
Quem apresenta Dificuldade de Relacionamento e de demonstrar sentimentos nas Relações Amorosas, sociais ou familiares;
Casais que buscam um relacionamento feliz ou simplesmente precisam aprender a amar de maneira menos egoísta ou possessiva;
Muitas pessoas procuram terapia para evoluir emocionalmente e viver com mais autenticidade, evitando comparações que fazem tanto mal para sua autoestima;
Existem aqueles que precisam compreender o perdão, para superar Traumas Psicológicos e sentimentos nocivos como a Raiva
Querem se livrar de alguns comportamentos disfuncionais como a Procastinação e a Compulsão alimentar.
Por meio do Acolhimento da terapia, o indivíduo pode acessar um ambiente seguro e acolhedor para compartilhar suas vivências e sentimentos, permitindo a construção de um caminho mais saudável e satisfatório para sua vida.
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